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Transações de impacto no futebol português

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Os times portugueses se destacam de vez no mercado de transações do futebol mundial. Os 3 grandes portugueses passaram a registrar números impactantes na venda de jogadores e tornaram a marca de clubes vendedores. Após a transação de Maicon com o São Paulo para o Porto, em que o clube da Cidade Invicta ficou ainda com 50% de dois jovens jogadores tricolores (e os dois estão de mudança pra Portugal) os valores continuam altos.

 

Não se pode afirmar, contudo, que os times desistiram de montar esquadrões, tendo em vista o bom momento de Real Madrid, Barcelona, Bayern e outros. Mas é interessante notar que se posicionam agora como clubes compradores de jovens talentos (e até mesmo reveladores) e agora passam a ser vendedores para os grandes mercados.

Ultimamente, até mesmo clubes médios passaram a comprar dos portugueses. É o caso do Zenit, da Rússia e até mesmo o Hellas Verona, da Itália.

Até que ponto isso é bom?

Em termos de gestão é uma marca gigante. Conforme o quadro acima, os clubes faturaram alto na última década. Vejamos os principais valores de Porto e Benfica:

Principais vendas do Porto:

 

James Rodríguez -> Monaco – €45 milhões
Eliaquim Mangala -> Manchester City – €40 milhões
Falcao Garcia -> Atlético de Madrid – €40 milhões
Hulk -> Zenit – €40 milhões
Danilo -> Real Madrid – €31,5 milhões
João Moutinho -> Monaco – €25 milhões
Bruno Alves -> Zenit – €22 milhões
Fernando -> Manchester City – €15 milhões
Juan Iturbe -> Hellas Verona – €15 milhões
Principais vendas do Benfica:

Alex Witsel -> Zenit – €40 milhões
Ángel Di María -> Real Madrid – €33 milhões
Fabio Coentrão -> Real Madrid – €30 milhões
Rodrigo -> Valencia – €30 milhões
David Luiz -> Chelsea – €25 milhões
Nemanja Matic -> Chelsea – €25 milhões
Lazar Markovic -> Liverpool – €25 milhões
Enzo Pérez -> Valencia – €25 milhões
Ramires -> Chelsea – €22 milhões
Em contra partida, a competitividade dos clubes portugueses caiu muito. Na UEFA Champions League, os times portugueses têm chegado no máximo às quartas de final. A última decisão que chegaram foi em 2004 com o Porto. O mesmo Porto foi o último time a criar “casca” no continente europeu: ganhou a Liga Europa na temporada 2010/11, mas em cima de outro português: o Braga. Já o Benfica foi vice nas temporadas 2012/13 e na temporada seguinte. Sporting foi vice em 2004/05 e semifinais em 2001/12.
Gerar dinheiro por cima das vendas é altamente positivo em termos de arrecadação. Basta lembrar ainda que o plano de sócios dos clubes portugueses é algo salutar. Benfica tem o maior número de sócios do mundo. Os estádios estão em ótimo estado de conservação e conforto para os torcedores. Mas um clube não vive só da arrecadação de dinheiro. Devemos lembrar que antes de ter os cofres abarrotados de dinheiro, o esporte – em principal o futebol, tem o compromisso de ser sustentado pela sua instituição. No campeonato nacional, os 3 times se destacam facilmente. O disparate entre outras agremiações do país se traduz nos títulos que os 3 ganharam nos últimos 20 anos. Apenas o Boavista – da cidade de Porto – foi o vencedor do campeonato e está fora do trio. E isso aconteceu na temporada 2000/01. Todos os outros títulos ficaram entre os 3 grandes.
A gestão de um clube tem que ser saudável. Mas comprometer a competitividade, abrindo mão de bons jogadores visando somente o mercantilismo já reflete, como vemos nos últimos anos, o poder de chegada do futebol português no continente. Resta saber se apenas esse posicionamento satisfaz os adeptos e a claque portuguesa, ou se já existe uma insatisfação por se contentar somente com os cofres cheios.

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