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NBA: Vem aí a temporada 2017/2018

NBA 2018 temporada começa

O que esperar da atual temporada da NBA? Demos uma geral sobre a temporada 2017/2018 que se inicia em outubro.

Em parceria com Henrique Lima*, que já escreveu anteriormente sobre a crise do basquete brasileiro.

A NBA começa neste mês de outubro e para qualquer um que acompanha a liga com um pouco mais de profundidade, a final deverá ser jogada por Golden State Warriors representando o Oeste e Cleveland Cavaliers representando o Leste. Claro que tudo isso sem lesões, os únicos entraves reais para evitar este desfecho. Boston Celtics, Toronto Raptors, San Antonio Spurs, Oklahoma City Thunder e Houston Rockets até tem chances. Mas tudo depende de alguns fatores, que deixam essa expectativa em remota hipótese.

O basquetebol é um esporte em que a zebra não é uma convidada constante na tabela de resultados. O fator surpresa passa bem longe nos esportes em que a incidência de pontos é muito grande (basquetebol, voleibol ou handball, por exemplo). No futebol além de ocorrer empate, temos a incidência de pontos menor, o que coopera para as surpresas. Em uma série melhor de sete jogos como é na NBA, as zebras passam na mesma frequência em que o Cometa Halley nos visita.

Logo, algumas ligas criam um equilíbrio nos gastos, para que as equipes não possam gastar ao Deus dará. Desta forma não tornam o favoritismo somente pela condição econômica. O jogo fica mais equilibrado e por sua vez menos previsível. Um jogo previsível é sinônimo de jogo chato, ou seja, menos gente assistindo.

CAP – entenda

Nas principais ligas norte-americanas existe um controle de gastos. Toda equipe tem um limite mínimo e máximo. Isto se chama CAP. Algumas ligas adotam o extremo desta lógica: não pode gastar nenhum centavo a mais acima do CAP. Na NBA, as franquias podem ultrapassar o CAP desde que paguem uma multa para a liga. Logo, na prática, mercados maiores e ou donos mais ricos podem bancar mais grana e desequilibrar a liga, resultando no trecho inicial do texto: já sabermos com meses de antecipação a possível final.

Mercado para a temporada

Porém, ainda assim, lambari é pescado e o jogo é jogado. Mesmo que raras, as zebras existem. Nem todos que tem dinheiro sabem montar times de basquetebol e trabalhar dentro do orçamento do patrão. E boa parte da sorte e da graça da NBA reside aí.

Uma vez que é muito simples se perder em contratos milionários e longos, alguns gerentes das franquias (os caras que tomam as decisões em relação ao dinheiro) são bem menos talentosos e iluminados do que outros. Alguns, duvidamos que tenham a terceira série. E muitos destes estão em franquias que podem gastar rios de dinheiro como se não houvesse amanhã (New York Knicks é um ótimo exemplo, talvez o melhor). Se o jogo em si não torna a NBA tão atrativa pelo aspecto da previsibilidade, jamais poderemos reclamar dos esforços destes caras de terno e gravata.

Como é um baita negócio que envolve milhões e milhões de dólares, a NBA tem atrelada a ela esta curiosidade sobre o funcionamento dos salários dos atletas e do tal CAP. O fã que se aprofunda um pouco mais, acaba descobrindo que a habilidade de jogar este quebra-cabeça financeiro é tão ou mais importante do que somente encestar. Aliás, encestar e tornar tudo tão previsível é a consequência natural de saber usar bem os números a seu favor. Seja em mercados enormes como NY ou LA seja em mercados pequenos como San Antonio ou Milwaukee.

Brigando na parte debaixo

Os Lakers – uma das franquias mais fortes da história da NBA – tem se arrastado nos últimos quatros anos. Isso já é o maior tempo de ausência em playoffs de toda sua história. A equipe já ligou o botão de alerta e chamou Magic Johnson para ver se alguma coisa acontece fora de quadra. Dentro de quadra o time segue sendo lamentável e nem se Magic voltasse conseguiria operar o milagre.

Tudo conspira para que o Kings chegue ao décimo segundo ano sem pisar nos playoffs. Após alguns anos com Capitão Derrota ditando tudo quanto é regra na capital da Califórnia, agora o time terá a primeira temporada completa sem Capita por lá.

Os Bulls serão o saco de pancadas da liga na temporada que começa agora em outubro. O Chicago perdeu Jimmy Butler, D-Wade, Rajon Rondo e junto com os três, o que tinha de dignidade. Muito complicado imaginar como um elenco destes poderá vencer mais de 15,16 jogos. Se forçar, tem caixa para quebrar recorde negativo da liga.

Após a catastrófica temporada passada, New York Knicks terá pela primeira vez em longo tempo, uma equipe sem nenhuma grande estrela da liga. Seja grande estrela jogando bem, jogando mal, sendo só marketing, sendo verdadeiro atleta, enfim, Knicks abre 2017/18 com um dos seus piores elencos tem todos os tempos.

Favoritos

Cleveland Cavaliers com o reforço de Derrick Rose tem tudo para faturar o Leste, novamente. Warriors, com seu supertime leva farotismo pelo Oeste. Cavaliers com Rose, Wade, Love, Thompson e claro, James impõe muito respeito. Thomas ainda soma muito. Irving fará (muita) falta?

Pelo lado do Warriors, pensar em Curry, Klay Thompson, Durant, Green e Pachula… que time! Iguodala é um dos candidatos ao melhor Sexto Homem nos últimos anos. A expectativa é alta que qualquer coisa menos do que um terceiro campeonato em quatro anos seria uma surpresa para muitos e não conquistar o Ocidente seria um fracasso enorme.

Dos que correm por fora, Harden dá aos Rockets potencialmente o melhor campo de defesa da liga e uma arma para desafiar o Golden State. Harden tem que mostrar que ele pode se destacar trabalhando com Paul, se os Rockets se entregarem. Irving é o grande nome dos Celtics para essa temporada. A expectativa pelo seu desempenho é enorme. E agora ele precisa mostrar que ele é mais do que apenas um magnífico jogador de apoio e pode ser a peça central da franquia que os Celtics precisam.

Boa temporada a todos!

Henrique Lima escreve desde 2008 na Draftbrasil.net. Escreve a convite do autor do Ataque. Formado em educação física pela Universidade Federal de Viçosa. Treinador Nível I da Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol. Técnico de Basquetebol desde 2005 com experiência em iniciação, categoria de base e adulto. Trabalha no basquete desde 2005.

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