Gestão

Itaú BBA 2018: análise revela mais faturamento e mais gastos dos clubes

Itaú BBA 2018

O estudo do banco Itaú BBA 2018 não mostra novidade na gestão do futebol. E isso não é nada bom.

O estudo do Banco Itaú BBA 2018 (ligado as contas de 2017) está se tornando tradicional. Isso porque o relatório tem revelado como estão as contas dos clubes brasileiros de acordo com a divulgação dos balanços das próprias instituições. O cenário não é bom:  os clubes têm mais dinheiro, mas estão com mais gastos e nenhuma preocupação com o futuro. O processo é cíclico. O torcedor quer resultado imediato. O time não consegue se planejar a longo prazo e prefere atender a ânsia da torcida. O clube gasta muito para montar times, pois o torcedor exige… resultados imediatos. Péssimo sinal e subserviência a um modelo que tende a sufocar quem não consegue mais nadar na onda da boa gestão.

Segundo o Globo Esporte, “Ao longo deste relatório vimos que o futebol brasileiro se mexe para não sair do lugar. No total parece melhorar, mas olhando com lupa vemos que alguns poucos se movimentaram na direção certa. Falta gestão, visão corporativa, controle e planejamento”, diz o relatório do banco.

Análise do Ataque sobre a responsabilidade administrativa

Se a receita cresceu, o clube está mais rico, certo? Errado. Os cartolas estão investindo cada vez mais. E estão investindo errado. O dinheiro entra e logo sai. Não há uma responsabilidade consistente de quem administra os clubes. A formação de novos jogadores nas categorias de base tem sido deixada de lado – o que poderia ser uma importante fonte de receita. Contudo, o aumento em contratações de renomados jogadores têm aumentado.

O faturamento dos clubes aumentou. Mas os gastos dos clubes também aumentaram. Quanto mais se ganha, mais se gasta. Os clubes pouco tem se importado em pagar dívidas. Alguns casos devem ser analisados a parte. Da mesma forma que a maioria das contas estão descontroladas, Flamengo, Palmeiras e Grêmio se destacam positivamente neste cenário. Receitas e custos estão compatíveis com a evolução a longo prazo. O São Paulo também aparece em evolução e pode estar neste grupo no ano que vem.

Estamos ainda longe de uma “espanholização” do nosso futebol. Mas está claro que, em pouco tempo, poucos clubes serão competitivos ao ponto de brigar sustentavelmente por títulos. Se levarmos em conta que antes falávamos em 12 grandes no Brasil, podemos começar a pensar em passar para, quem sabe, 6.

Receitas dos 27 maiores clubes brasileiros em 2017 — Foto: infoesporte
Receita aumenta mas o endividamento persegue essa evolução

Estudo Itaú BBA 2018 revela que pouca coisa mudou em termos de estrutura

As receitas aumentaram. Do mesmo modo, as dívidas não diminuíram. Gastos irresponsáveis comprometem a saúde financeira dos times.

Os clubes dependem das cotas de TV. Mas essa é, ainda, a principal fonte de renda.

Clubes que já anteciparam receita de TV terão problemas. Em 2019, o rebaixamento no Brasileirão vai pesar muito mais no bolso dos clubes com o novo contrato de televisão. O benefício de manter a cota mesmo com o rebaixamento acabou. Ou seja, a dívida pode se alastrar para pagar o antecipamento – em caso de queda.

A análise das contas dos 27 principais clubes do Brasil. São eles: América-MG, Atlético-MG, Atlético-PR, Avaí, Bahia, Botafogo, Ceará, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio, Internacional, Paraná Clube, Palmeiras, Ponte Preta, Santos, São Paulo, Sport, Vasco da Gama e Vitória.

Imagem: do balanço Itaú BBA

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