Gestão

Futebol brasileiro aponta nova ordem: a economia mudou os patamares

futebol brasileiro

O futebol brasileiro mudou. E com ele, uma nova ordem para os clubes no país. Veja opinião:

A nova ordem econômica tem ditado as regras de como o mercado e, principalmente, os clubes do futebol brasileiro vão postular daqui para frente. Em um exercício de reflexão, podemos verificar a criação de um abismo. Ou um natural desgarramento. Se antes discutíamos a hipótese de termos 12 grandes clubes, hoje estamos chegando a sensação que esse número tende a ser dissolvido. Longe de reduzir essa conversa a manjada “espanholização do futebol”. Mas, sobretudo, apontar que as potências financeiras do futebol agora comandam o destino do esporte no Brasil. E vai ser difícil acompanhar os times com faturamento alto.

Ao que tudo indica, teremos grande disparate. O poder de fogo na aquisição de atletas, para pagar salários e manter grandes estruturas vai fazer a diferença e os clubes, em si, vão ser dispersados.

Uma projeção, saindo um pouco do achismo

Flamengo, Palmeiras e São Paulo vão puxar a fila neste novo cenário. O Corinthians pode ter problemas com o estádio. Mas se salva com outras rendas. Tem apelo midiático e uma numerosa torcida. Esses quatro clubes, a meu ver, estarão com sobrevida. Em outras palavras, serão clubes de ponta, brigando por títulos constantemente e saindo na frente em contratações.

Ai começa o desenrolar:

Grêmio e Cruzeiro podem caminhar para uma vida tranquila. Sem sustos, podem ter dificuldade em criar hegemonias, mas podem ter mais tranquilidade para trabalhar. O Grêmio, hoje, apresenta uma exemplar saúde financeira. Entretanto, as notícias recentes do Cruzeiro dão conta que o clube pode ter dificuldade de acertar compromissos financeiros, alguns deles já assumidos ao longo do ano. Além disso, o Santos também pode se encaixar neste escalão, com receitas oriundas de boas vendas de jogadores da base.

Internacional, Atlético e Vasco precisam se posicionar. Ou estarão seriamente ameaçados. Portanto, é preciso ter controle de dívidas e visão de investimentos. Confiar – e ter retorno com torcida é essencial. As dívidas destes 3 clubes aumentaram muito nos últimos anos. Mas há forças para controlar esse avanço.

Fluminense e Botafogo já começaram o processo de enfrentar maiores dificuldades nessa situação. Uma leve agonização por conta das dívidas que assombram suas torcidas.

Novo cenário

Não há culpados nesta “nova ordem”. Não é uma caça as bruxas. Mas quem se organiza melhor, quem tem melhor renda, consegue ter mais sucesso. Simples.

O que eu vejo no futebol é que alguns times que não estão na ponta vão ter que se preparar cerca de 3 anos para ganhar um único titulo. É algo como ser campeão de 3 em 3 anos – se tudo der certo.

Recentemente tivemos 3 exemplos:

  • O Cruzeiro: campeão em 2013/14 do Brasileirão. Depois faturou em 17 e 18 a Copa do Brasil.
  • Grêmio campeão em 2016/17: Copa do Brasil e Libertadores. Em 2018 entrou em ressaca e agora passa por reformulação.
  • O Atlético Mineiro levou em 2013 a Libertadores. Em 2014 a Copa do Brasil. Mas não conseguiu recuperar o rumo dos títulos.

Não se trata de uma verdade absoluta. Mas é um início do que possa estar sendo formado. Com o novo formato de pagamento da televisão, fontes de renda com patrocínios, financiamento de dívidas com o Refis, o endividamento dos clubes com suas dívidas tendem a comprometer a (nem tão) saudável vida financeira dos times brasileiros.

Obviamente, nada disso é imutável. No futebol brasileiro, tudo pode mudar. Mas o cenário que temos, hoje, não vai fugir muito disso.

Imagem: site 90min

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