Gestão

Rogério Caboclo: o que esperar do novo presidente da CBF?

Rogério Caboclo

Candidato único, Rogério Caboclo é eleito presidente da CBF

Rogério Caboclo foi eleito o novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), órgão máximo que rege o futebol no Brasil. Caboclo, que é visto como aliado do líder deposto da CBF Marco Polo del Nero, foi o único candidato na eleição. Ele terá mandato de quatro anos, de abril de 2019 a abril de 2023. O novo dirigente da CBF recebeu apoio inclusive de Del Nero, que está banido das atividades internacionais e nacionais de futebol em relação às investigações dos EUA sobre corrupção no futebol.

Hoje, o papel do executivo-chefe da CBF está sendo preenchido por Antonio Carlos Nunes. Em uma rápida passagem no site da CBF, podemos avaliar a carreira de Rogério.

Rogério Caboclo em ação

Rogério Langanke Caboclo é conselheiro vitalício do Conselho Deliberativo do São Paulo Futebol Clube. Em um resumo da sua carreira, ele tem passagens discretas pelo futebol. Já foi diretor executivo do clube tricolor. Integrou a Comissão de Direito Esportivo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Integra atualmente o Conselho Nacional do Esporte.Desde 2014, e é o CEO da Confederação Brasileira de Futebol. Recentemente, foi escolhido para ser CEO da Copa América, que se realizará no Brasil em 2019.

Em uma estrutura totalmente viciada em comandar o futebol sem promover tantas alterações positivas, torcemos para que Rogério Caboclo não seja mais do mesmo. Escândalos de corrupção, campeonatos defasados, pouca ou nenhuma alterações tecnológicas têm marcado os últimos anos da Confederação. A seleção mesmo só recuperou a credibilidade com o torcedor após a chegada do Tite. E a calmaria veio com a recuperação nas eliminatórias

Em suas declarações ao assumir a CBF, Caboclo vislumbrou mais receitas(!!). Veja:

– O futebol brasileiro é o mais competitivo do mundo e o nosso desafio é fazê-lo cada vez maior. É necessário mais visibilidade internacional, criar novas fontes de receita e otimizar as existentes. Temos e vamos encontrar receitas que permitam aos nossos clubes superar a defasagem cambial em relação aos clubes da Europa. Investir para que nossos jovens craques fiquem aqui mais tempo, investir para que a arbitragem seja cada vez mais qualificada e dar suporte para que nossos clubes façam gestões modernas e sustentáveis (retirado do site da CBF)

Curiosamente, a CBF já é uma instituição que gera lucros hoje. Muito. A CBF em 2017 registrou novo lucro e tem R$ 361 milhões em aplicações em bancos, de acordo com o balanço da entidade.

Mudanças desejáveis

Particularmente, penso em algumas mudanças. Nada que muita gente não pensou por aí. Mas eu tenho particularidades e resolvi reunir aqui. Algumas coisas urgem no futebol brasileiro. Resolvi fazer uma lista do que poderia ser discutido:

  • Por que a CBF não começa a articular a implementação do VAR em sua maior competição nacional, o Brasileirão? E por que não arcar com esses custos?
  • Obviamente, temos que falar sobre a profissionalização dos árbitros. Quando começa?
  • Se as federações têm direito até mesmo a voto para presidente, por quê a CBF não começa a estudar uma remodelação dos estaduais?
  • Até quando a CBF estará nas mãos das federações?
  • A CBF faz mesmo questão de ser a organizadora do Brasileirão? Não seria interessante a criação da Liga com os clubes comandando o torneio?
  • Por que os campeonatos nacionais da série C e D são tão vazios? Pouco atraentes? O que fazer para mudar isso?
  • Quando a seleção vai voltar a jogar amistosos no Brasil?
  • Quem é seu homem forte para a diretoria executiva?
  • Rogério, você apóia a investigação sobre a corrupção na CBF? O que pretende fazer para facilitar a apuração?

Infelizmente, as perguntas ficam no ar, sem respostas. Acho que essas são suficientes. E você? Gostaria de perguntar algo para o novo presidente?

 

 

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