Atualmente, um clube brasileiro representa percentual mínimo de faturamento comparado a um gigante como o Futbol Club Barcelona.

A Sports Value, empresa brasileira especializada em marketing esportivo, acaba de lançar seu novo estudo. A análise tem por objetivo demonstrar a dimensão que separa o mercado brasileiro do mercado europeu. Para a análise, foram considerados os dados financeiros recentes publicados pelo clube Futbol Club Barcelona e os dados dos 20 times de maior receita do Brasil.

Análise do Futbol Club Barcelona

Na temporada 2017-2018, o Barcelona atingiu o maior volume financeiro já movimentando por um clube em uma temporada. Apoiado na transferência de Neymar para o PSG, o processo fez com que o clube atingisse o faturamento recorde de 914 milhões de euros.

Para além da histórica transferência, as demais, de forma extraordinária, representaram outros 25% dos faturamentos, valendo 288 milhões de euros. Porém, sem o impacto dessas transferências, as receitas do clube atingiram 686 milhões de euros, somando Marketing (299 milhões), Estádio (200 milhões) e Direitos de TV (187 milhões), representando, ainda assim, um grande resultado.

Análise dos 20 times do Brasil

Os 20 principais times do Brasil, em faturamento, atingiram receitas de R$5,05 bilhões em 2017, valor histórico para nosso mercado. Os líderes Flamengo e Palmeiras atingiram números recordes no Brasil com, respectivamente, R$649 milhões e R$504 millhões. A lista ainda conta com São Paulo, Corinthians, Cruzeiro, Grêmio, Atlético Mineiro, Santos, Internacional, Vasco da Gama, Fluminense, Botafogo, Atlético Paranaense, Bahia, Sport, Vitória, Coritiba, Goiás, Figueirense, Chapecoense.

Mas afinal, por que tamanha discrepância nos valores?

Para muitos, a diferença está associada ao PIB e ao per Capita da Espanha, em comparação com o do Brasil. Além disso, existe o argumento de que por jogar a Liga Espanhola e Champions League, o Barcelona tem larga vantagem frente aos times brasileiros. Segundo a Sports Value, o que ocorre é que essa análise é simplista e não representa a realidade. A única fonte de receita que o Barcelona recebe menos que a soma dos 20 times brasileiros é em Direitos de TV, enquanto todas as demais são superiores.

Goleada nas redes sociais

Uma das análises que melhor indica também a diferença entre o futebol europeu e os clubes brasileiros é em relação a presença digital. Segundo dados da Result Sports da Alemanha, o FC Barcelona tem mais de 233 milhões de fãs nas mídias sociais. No Brasil, segundo a Ibope Repucom, a soma de fãs nas redes dos 20 maiores times brasileiros é de 120 milhões. Flamengo e Corinthians possuem, cada um, 21 milhões de seguidores.

Entendendo os resultados

Entre os principais motivos para a grande diferença entre o FC Barcelona e o Futebol Brasileiro, temos:

• Gestão de marca e de negócio altamente profissionais;
• Marketing e comunicação global;
• Conteúdo único;
• Ídolos globais;
• Dezenas de patrocinadores;
• Gigante do mundo digital;
• Fábrica de talentos;
• Títulos de relevância.

Bola pra frente. O jogo continua.

A competição entre Brasileiros e Europeus é muito difícil, em função da moeda, do poder de compra do torcedor e do volume de dinheiro que gira nos mercados. Por mais esforços aplicados para aumento das receitas dos clubes brasileiros, um crescimento leva tempo para ocorrer. Ainda assim, melhoramos, porque em 2015 a maior receita brasileira precisava crescer 9x para atingir a maior da Europa. Hoje o número está em, aproximadamente, 7x.

Se partirmos para uma análise individual dos clubes brasileiros, perceberemos que cada entidade possui características particulares, de acordo com o perfil de sua torcida, desenvolvimento de receitas derivadas de sua marca e características do mercado local no qual estão localizados. Pensando em uma perspectiva positiva, permanecemos em constate evolução.

A melhora da nossa realidade está diretamente relacionada a fatores como: continuidade da ampliação das receitas com marketing, estádio e mídia; constante evolução dos programas de sócio torcedor dos clubes; maior participação do torcedor nos negócios gerados pelas entidades; novas áreas com potencial de exploração, além das mídias sociais e o relacionamento direto com o consumidor.

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Candice Viana, 21 anos, baiana. Estudante de Comunicação Social – Relações Públicas na Universidade do Estado da Bahia.

Imagem: Divulgação

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