Eliminação do Santos na Libertadores: análise recai em nossos dirigentes
Toda incompetência de gestão recai sobre desmando e falta de organização dos clubes
A eliminação do Santos na Libertadores deixa margem para ampla discussão de culpa. A Conmebol consegue organizar de forma clara os seus torneios? Qual a dificuldade de um controle de registros e suspensões? Como os dirigentes brasileiros deixam chegar a situação a este ponto?
Os times brasileiros não se unem para peitar a CBF. Os clubes não conseguem organizar uma liga. Não conseguem sentar em uma mesa e definir objetivos juntos. Porquê? Porque muito se questiona sobre a eliminação do Santos, e coloca-se a culpa somente na Conmebol. Os clubes são os principais interessados!
Análise vai além da eliminação do Santos
Em maio de 2016, os times brasileiros entraram em atrito com os demais clubes sulamericanos a respeito de uma criação de uma liga sul-americana. Do mesmo modo que os brasileiros tentaram organizar um campeonato nacional, houve uma tentativa de controlar o torneio no continente. Em junho do mesmo ano, Santos, aliado a Botafogo, Vasco, Palmeiras, Corinthians e São Paulo se posicionaram definitivamente contra a criação desta. Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Flamengo, Fluminense e o Atlético-MG foram a favor. Os times paulistas tiveram apoio da debandada em especial da Federação Paulista.
Já em 2009, o Santos demonstrava forte apoio a Havelange, então presidente da FIFA para ver seu dossiê sobre seus títulos reconhecido. A ideia do dossiê era mostrar a importância das Taças Brasil e do Robertão, conquistados entre 1961 e 1968. Contudo, o dossiê foi reconhecido.
Presidente da CBF
Coronel Nunes durante o processo para a escolha das sedes da Copa do Mundo de 2026, rompeu um acordo firmado entre dirigentes da Conmebol, que votaram na candidatura tríplice de Estados Unidos, Canadá e México, e optou por Marrocos.
Após o imbróglio, Nunes não compareceu aos eventos da Conmebol na Rússia. O afastamento de Nunes é uma possibilidade já ventilada entre membros da Fifa e da confederação sul-americana, mas esta é uma pretensão difícil de se tornar realidade, porque Nunes se recusa a abrir mão do cargo. Como presidente da CBF, o coronel recebe um salário de 75 mil reais e tem mandato até abril de 2019.
Entenda o caso
Santos e Independiente duelaram pelas oitavas de final da Libertadores 2018. O clube brasileiro escalou de forma irregular o jogador Sanchez, que deveria cumprir suspensão. A Conmebol, que não avisou ao clube, julgou o caso após a partida e decidiu punir o alvinegro: o primeiro jogo ficou – com o julgamento – 3 x 0 para os argentinos. No jogo de volta, a torcida foi inflamada para o jogo. E, aos 37 minutos, o juiz resolveu encerrar a partida por confusões dentro do Pacaembu. A eliminação do Santos no campo foi resultado de toda essa confusão fora dele.
Comet
Em nenhum lugar, o regulamento informa que condições de jogadores e suspensões podem ser verificadas no sistema Comet, que atualmente existe para envio da carta de conformidade e compromisso dos clubes. Mas é o que estabelece o regulamento da CONMEBOL: casos assim podem ser verificadas no sistema. A Conmebol não considera o sistema oficial para checagem dessas informações e recomenda que o clube envie um ofício perguntado a situação do atleta. Porque é a regra. Todos os Clubes sabem!
O regulamento disciplinar da CONMEBOL é claro sobre a responsabilidade exclusiva dos clubes sobre condições de jogadores. Somente em 2018, a Conmebol já recebeu 50 consultas diretas. Mas é o que estabelece o regulamento. Regra você cumpre. E muda depois, mas não durante o torneio. Aqui no Brasil, fazem no amadorismo. E erram. Porque querem mudar a regra durante o torneio.
Caso River Plate
No caso do Zuculini, em fevereiro o River enviou ofício à CONMEBOL perguntando se o atleta tinha alguma restrição. A resposta foi negativa. Só agora descobriu-se que ele tinha 2 jogos de uma suspensão de 2013, mas a falha foi da Conmebol. E nenhum time reclamou no prazo de até 24 horas após o jogo.
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Foto: site uol