NBA 2019 no ritmo de “Hey now you’re an All Star, get your game on, go play”
NBA apresenta certo desequilíbrio através das temporadas
Nos últimos quatro anos vimos somente duas franquias chegar às finais da NBA: Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers. LeBron bem que tentou neste último ano com um Cavs bem remendado, porém sem sucesso. Com uma equipe com quatro all stars, o Golden State bateu o Cleveland, por sonoros 4-0. (Obs: Após JR Smith achar que a equipe do leste estava em vantagem e segurar a bola). O que a NBA 2019 pode trazer para o grande público?
Na minha opinião o Cavs perdeu ali. Talvez entorpecidos pela possibilidade de uma grande vitória desestabilizar o Warriors, em Oakland, logo no primeiro jogo.
Ahhhh! Como eu que torci pelo Cavs (na verdade sou Orlando Magic desde criancinha), achava que LeBron James iria levá-los a uma vitória. E não à toa, já que o mesmo teve os melhores números de sua carreira.
Porém, tutto finito. GSW campeão novamente, três títulos em quatro disputados.
Fim da temporada
NBA Draft.
Prêmios e escolha do MVP.
Mercado aberto.
Então…
…Breaking News!
“Warriors contratam DeMarcus Cousins”
O pivô de 28 anos, DeMarcus Cousins, que estava recuperando de uma grave lesão no tendão de Aquiles é o mais novo reforço do já consagrado GSW. Vindo como agente livre.
Como se não bastasse, os “Fab 4″ de Golden State, se tornam “Fab 5”. Já que se espera que o jogador esteja entre os cinco titulares da equipe na temporada. Claro, se estiver em condições para tal.
O pivô foi contratado por mid level exception, que é uma exceção que permite que os clubes utilizem um certo valor acima do seu teto salarial e que não afeta o Luxury Tax (que é uma espécie de multa que os clubes pagam por exceder este teto salarial). O atleta irá receber US$5.3 milhões. Muito em conta para o clube e jogador.
Dinastia de uma equipe é prejudicial
No entanto, o susto foi grande com o anúncio. Como uma equipe, (opa!) dinastia da NBA contrata mais um all star?
O alvo da ira do restante dos clubes, imprensa e fãs é o comissário da NBA, Adam Silver, que permitiu o acordo. Coitado. Uma série de tweets foi direcionado a ele, questionando como pode ter autorizado o desequilíbrio da NBA, que na sua essência preza pela paridade da liga, para torná-la mais atrativa. Um produto de entretenimento.
Todavia, o Golden State Warriors não está burlando nenhuma lei, como muitos pensaram. O fato é que há três anos atrás depois da renovação dos direitos bilionários de transmissão da liga norte americana, a NBPA (Associação dos jogadores da NBA), votou a favor para liberar mais dinheiro no teto salarial, alegando que os jogadores teriam benefícios. Obvio, não? A NBA tentou negociar para abaixar o valor, contudo a associação foi contra. O Salary Cap saiu de US$ 70 mi para US$94 mi.
NBA 2019 em termos de valores
Enxergo como a inflação, o que o futebol mundial vive hoje. Colocando preços exagerados em jogadores. Até determinadas posições como a de goleiro que anteriormente uma boa venda era 5 ou 6 milhões de euros, hoje ultrapassa os 70 mi. Quem tem, faz o melhor time, sem ter uma identidade formada ou mantida. Quem arrisca mantê-la, joga a Liga Europa.
As finais já se repetem há anos, trazendo menos interesse de outros fãs, assim como este anúncio do Cousins. Acredito que isso influenciou o mercado desta nova temporada, já que teoricamente conhecemos quem será o campeão.
A última vez que vimos uma dinastia como a do Warriors foi com o Bulls de Jordan. Porém, parecia que a disparidade era menor do que nos dias de hoje.
Penso que a NBA 2019 deveria prezar pela igualdade entre as equipes, sua essência e o que realmente mantém a competitividade da liga assim como a NHL (Hockey), bem equilibrada.
Torço para Adam Silver e cia conseguir de outras formas reestabelecer este critério para que tenhamos all stars em todas as equipes, dando show. Da mesma forma, entendo que existem mercados e mercados na NBA 2019. Mas nem todos são do tamanho de Boston ou NY.
Há pessoas que dizem: “Se os Beatles se separaram, os Warriors também podem.”
Mas só o tempo dirá.
—
João Luís Barroso (Jon) é maluco por esportes. As novidades e superação o movem. Já atuou com marketing esportivo no América FC de Teófilo Otoni (MG). Curioso e apaixonado pelo comportamento humano. Amante do mercado, gestão, marketing e indústria esportiva norte-americana.
Leia mais: A eliminação do Santos na Libertadores 2018 passa pela incompetência na gestão
Photo: pixabay