Até que ponto disputar um torneio no exterior pode, de fato, valorizar a marca de um clube?

Quando há um torneio no exterior em que o clube vai disputar, o torcedor imediatamente pensa na visibilidade que seu time vai ganhar sendo convidado para um torneio com times de outros países.

Obviamente não estou falando de uma Libertadores, onde há algo mais em disputa. Falo de torneios não oficiais.

Clara distinção

O Atlético, o Corinthians e o Fluminense foram convidados para jogar a Florida Cup. Um torneio em que os times fazem 2 jogos. Ou seja, os 8 times não se enfrentam. A competição tem transmissão para os 5 continentes, para mais de 90 países.

Os 3 times colocaram a cota de participação nos cofres e avaliaram (quero acreditar que sim) com o corpo técnico a vantagem de se fazer a pré temporada nos EUA. Curiosamente, o potencial mercado consumidor lá fora não consegue comprar muita coisa dos clubes.

O Real Madrid, o Barcelona, o Manchester City (por exemplo), jogam campeonatos de ponta, a transmissão segue para vários lugares do planeta. E pelo mundo afora, os fãs se encantam com os craques. Se você quiser comprar o material deles (uma camisa que seja) você vai na loja especializada da sua cidade. Ir até onde estão seus neo-fãs é um passo para complementar a globalização da marca.

Como eles fazem isso? Através de um planejamento de expansão de marca. Os clubes estudam seus mercados e viabilizam até mesmo pré temporadas, calculando se faz sentido a viagem.

1. Quais lugares no mundo o clube tem mas torcida?
2. Quais desses países é o potencial de compra da população?
3. Há viabilidade para ir até lá?
4. Meu clube está preparado para se apresentar por lá? – craques, desempenho competitivo para (tentar) vencer
5. O que posso oferecer aos torcedores além da visita do clube?
6. Podemos ativar o relacionamento com o torcedor?
7. Vamos conseguir uma recorrência das nossas atividades?

Algumas perguntas importantes neste processo. Mas que infelizmente não são pensadas.

Será que vale a viagem só pelo dinheiro?

Vale, e muito a cota de participação. Não quero negativar qualquer tipo de excursão feita ao exterior. No caso especifico da Flórida Cup, muitos brasileiros moram na Flórida e podem acompanhar os times brasileiros. Podem matar a saudade do nosso futebol. Mas por que não oportunizar a ida para os EUA e buscar engajar mais o torcedor?

Os americanos estão gostando cada vez mais do soccer. A oportunidade está(va) aí.

Em campo, o desempenho foi pífio. Atlético levou um time repleto de reservas capaz de passar em branco por qualquer torcedor do próprio time. Corinthians chegou a jogar bem, mas o regulamento do torneio permite trocar o time inteiro e o Timão levou a sério a pré temporada. Alterou o time e o desempenho caiu. O Fluminense foi na mesma toada dos paulistas: sem pretensão alguma de mostrar craques ou ir bem nos jogos.

Certas coisas não acontecem por acontecer. O problema é que essas certas coisas são muitas.

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