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Eleven Sports – Entrevista com Terence Gargantini

Eleven Sports

Conversamos com Terence Gargantini, Country Director da Eleven Sports. A entrevista é essencial para entender mais a fundo o crescimento do Futebol Feminino no país.

Aqui, vamos falar dos planos da empresa para 2023, crescimento do futebol feminino e sobre as dificuldades de trabalhar com futebol feminino no Brasil onde grande parte do público tem os olhares voltados para o futebol masculino.

A Eleven Sports é reconhecida no mercado como “a casa do futebol feminino brasileiro”. E detém esse título por transmitir gratuitamente as principais competições da modalidade desde 2019, incluindo base e divisões inferiores.

Vamos ao bate papo com o Terence:

Como você avalia o cenário do futebol feminino?

O futebol feminino é uma modalidade com um lastro de crescimento enorme, principalmente no Brasil. O brasileiro ama futebol, consome futebol e temos talento de sobra para cativar ainda mais esse público. Como plataforma que se posicionou, desde 2018, ao lado do futebol feminino, podemos dizer com propriedade que o cenário é de franca expansão, com um crescimento de 68% na audiência de 2020 para 2021 e de 428% para este ano.

Além disso, tivemos exemplos claros este ano do quanto a modalidade pode engajar, com públicos incríveis, recordes batidos, presença na TV aberta. Ficamos muito orgulhosos de ver onde o futebol feminino está chegando e seguiremos juntos dos nossos craques e de todos os milhares de profissionais que fazem esse mercado acontecer.

Como foi a aceitação do público na transmissão do jogo das Estrelas Feminino?

Preciso falar antes da aceitação das estrelas do espetáculo. Confesso que não imaginei o quão bem o projeto seria bem recebido entre as jogadoras. Atletas com carreiras estabilizadas, de seleção, com passagem por times gigantes de todo o mundo, mostrando um engajamento, uma felicidade fidedigna de estar fazendo parte do ‘Todas em Campo’. Deu para perceber que elas sabiam que estavam fazendo história antes de qualquer coisa e que há muito tempo esperavam esse reconhecimento.

Inclusive isso foi o que falaram Pretinha e Roseli, lendas vivas do futebol feminino, e que foram as técnicas do time. Como não tiveram a oportunidade de vivenciarem isso como atletas, puderam como técnicas convidadas. E posso falar com propriedade sobre isso, pois fiz questão de falar com todas elas pessoalmente.

Qual o crescimento do interesse do público na modalidade?

Sobre o público e a audiência, para um sábado à tarde, competindo com jogos da Copa do Mundo, na primeira edição do evento, ficamos satisfeitos. Tivemos cerca de 2 mil usuários de pico de audiência e vamos em busca de mais. Mais reconhecimento para as estrelas do espetáculo, mais público, mais audiência, mais alcance nas mídias sociais.

Pela cobertura nos perfis oficiais do ‘Todas em Campo’, tivemos um alcance de 120 mil pessoas, com 15 mil perfis interagindo diretamente com o conteúdo produzido pela nossa equipe. É muito relevante quando pensamos na maneira como se assiste a um jogo, como o público consome esse conteúdo e, principalmente, porque todo nosso trabalho é orgânico.

O que você acha que poderia ser feito de investimento no futebol feminino?

Acreditamos que, mais do que pensar no que poderia ser feito por A ou B, seguir realizando é o melhor caminho para o crescimento do futebol feminino brasileiro. Transmitimos este ano mais de 380 jogos da modalidade, desde os Brasileiros séries A1, A2 e A3, passando por estaduais reconhecidos como o de São Paulo, de praças menos concorridas como o de Mato Grosso, até competições de base (83 partidas). Uma curiosidade bem legal é que a final do A2, entre Ceará e Ahtletico-PR, foi nossa partida de futebol feminino com mais audiência, cerca de 50 mil plays. Um jogo que não seria transmitido por nenhuma plataforma, entre duas equipes grandes, e que tem um público relevante.

Seguiremos também com o ‘Todas em Campo’, que é mais que o Jogo das Estrelas. Manteremos a plataforma nas mídias sociais como incentivo, como fomento, dando visibilidade a tudo o que acontece no futebol feminino brasileiro, com as nossas craques, aqui e pelo mundo. E por último, mas não menos importante, que mais e mais iniciativas apareçam. Será ano de Copa do Mundo feminina e acreditamos muito na força do Brasil.

A Eleven consegue ter a análise do público que assiste aos jogos? Como está representado o público do futebol feminino?

Conseguimos fazer uma análise primária e detectamos a entrada de um público mais jovem neste último ano. Em 2021, nossa audiência era maior na faixa etária de 25 a 34 anos (27%) e depois de 18 a 24 (24%). Hoje os grupos se inverteram: 18 a 24 (34%) seguido de 25 a 34 anos (30%). Mais do que essa inversão, temos aí um crescimento de 13% na nossa audiência abaixo de 34 anos e isso é muito relevante, uma vez que somos uma plataforma online e cada vez mais o consumo de conteúdo acontece por dispositivos móveis (59,58% acessou a plataforma por Android seguido de 17,5% por IOS).

O que não se alterou foi a presença do sexo masculino. Em 2022 tivemos 70% da audiência do futebol feminino formada por homens (30% de mulheres), enquanto em 2021 esse número era de 68%.

Outro dado muito positivo é a chegada de um público novo à plataforma: 73% foram novos usuários, o que representa um aumento de 526% em relação a 2021.

Quais os próximos investimentos da Eleven para a transmissão do futebol feminino?

Mais do que números, acredito ser importante falar de inclusão. Já transmitimos as principais competições de futebol feminino do Brasil desde 2018 e acreditamos que o próximo passo é dar luz aos nossos talentos, que estão espalhados por todo o país.

O fator transmissão possibilita a projetos que não tinham nenhuma visibilidade a possibilidade de irem ao mercado com algum instrumento de negociação para a captação de um patrocínio. Aquele comércio local que apoia o time da cidade, do bairro, por amor ao esporte mesmo, pode ter um incentivo a mais para seguir junto, novos parceiros podem ser atraídos.

As milhares de craques que temos espalhadas pelo Brasil podem ter seu talento visto por profissionais de grandes clubes. E quando fazemos esse tipo de análise, vemos que não somos uma mera plataforma de transmissão de jogos. Nossa atuação dentro do mercado do futebol feminino brasileiro está ligada ao fomento, ao desenvolvimento, antes de qualquer coisa.

Qual o recado da Eleven para o público?

Sobre o futebol feminino especificamente, o melhor recado é: assistam, conheçam, se permitam conhecer essa modalidade incrível. Sabemos que o Brasil está, cada vez mais, abraçando nossos craques, mas ainda temos uma margem de crescimento enorme. E confiamos nisso. Nossos números, como plataforma relevante, que transmite gratuitamente os principais jogos do Brasil desde 2018, comprovam a procura cada vez maior.

 

BIO Terence

Apaixonado por esportes, marketing e gestão esportiva. É responsável pela operação da Eleven no Brasil desde 2018, quando a plataforma ainda atendia pelo nome de MyCujoo. Antes, por dois anos, foi diretor de novos negócios da plataforma de engajamento FanHero e acumulou mais de 10 anos no marketing da Nike, iniciando como atendimento sênior até atingir a gerência internacional.

Casado, jogador de futebol, viajante ávido, já explorou mais de 30 países diferentes e morou nos EUA e na Europa por mais de 10 anos.

Fotos: Divulgação / FPF

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