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CPI do Mineirão: Tudo o que você precisa saber sobre este imbróglio

cpi do mineirão

Entenda a confusão que envolve o estádio desde a sua reinauguração e todas as implicações oriundas da CPI

O Mineirão foi inaugurado com o nome de Estádio Governador Magalhães Pinto, em 1965. O mais novo capítulo pode ser nomeado com a abertura da CPI do Mineirão.

O estádio foi palco de duas finais de Libertadores: Cruzeiro x Sporting Cristal em 1997 e Atlético x Olímpia, em 2013. Ambos, os mineiros sagraram-se campeões. O estádio ainda foi palco da Copa do Mundo 2014 e do inesquecível jogo Brasil 1 x 7 Alemanha, pelas semifinais daquela edição.

Hoje, o Mineirão se tornou pivô de um grande problema. Longe de ser um elefante branco abandonado, graças as diversas atividades realizadas em seu espaço, o Mineirão é hoje palco também de disputas judiciais e, da mesma forma, réu de uma CPI.

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Reinauguração para a Copa do Mundo

O estádio foi reinaugurado em fevereiro de 2013. Após 3 anos de reforma, o estádio estava pronto para receber jogos. Entretanto, a reforma foi mesmo para receber a Copa do Mundo 2014. A reforma custou R$ 666 milhões de reais e foi financiada pelo consórcio Minas Arena. Durante a reforma, o Ministério Público Federal entrou com um pedido junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que a instituição suspendesse qualquer repasse para as obras do Mineirão. O MPF queria que os recursos na ordem de R$ 160 milhões fossem liberados apenas após o Tribunal de Contas do Estado (TCE) atestasse que não houvesse irregularidades no projeto. A verba foi liberada 2 meses depois.

A estreia do estádio foi marcada pela falta de água para os mais de 55 mil presentes que acompanhavam o primeiro jogo do novo Mineirão, entre Cruzeiro e Atlético.

Contrato com concessionária Minas Arena

A Minas Arena é uma sociedade de propósito específico, constituída pelas construtoras Construcap, Egesa e HAP Engenharia. A sociedade constitui uma parceria público-privada e foi responsável pela execução das obras de reforma e modernização do estádio Mineirão, realizadas entre 2010 e 2012, tornando-se responsável pela operação do estádio por 25 anos. O governo de Minas não tem interesse em romper o contrato.

É incrível, mas o Estado repassa ao estádio 8 milhões por mês. O portal da transparência de Minas Gerais registrou que, somente em 2019, já foi repassado mais de 19 milhões à Minas Arena. O estádio, que é público, mas conta com uma concessionária da iniciativa privada como dono. A concessionária financiou 666 milhões da reforma do estádio realizadas de 2010 até 2012. Pelo contrato, que prevê a gestão do consórcio até 2037, e, durante todo o período, o contrato prevê repasses mensais do Estado de MG.

Em novembro de 2012, o Cruzeiro assina parceria com a Minas Arena. Mas a parceria ficou marcada por vários problemas. O contrato que duraria até 2038 foi suspendido em 2019. Em 7 anos, muitas ações foram para a justiça para resolver entreveiros entre clube e consórcio.

O que prevê a parceria: Clube teria direito a explorar bares, estacionamento e tem relação de fidelidade com o estádio.

Como ela é: A Minas Arena já acionou o Cruzeiro na justiça. Entretanto, o Cruzeiro também já acionou o consórcio.

Em 2016, o Cruzeiro já havia protocolado um pedido de rescisão do contrato alegando falta de fidelidade por parte dos administradores do estádio. Neste meio tempo, o consórcio ganhou uma ação do clube. Nela, a justiça determinou que 25% da renda líquida dos jogos do clube fossem para os cofres da Minas Arena.

Desdobramentos da CPI do Mineirão

Em 19 de maio de 2019, foi aberta a CPI do Mineirão. Deputados mineiros querem esclarecimentos da forma como o estádio é gerido. Entretanto o imbróglio ganha proporções enormes e está longe de acabar. Em outras palavras, a briga pelo controle do Gigante da Pampulha ganhou capítulo a parte. Há acusações de irregularidades com ingressos e contratos firmados pela Minas Arena.

Em conclusão, dois fatores são muito importantes nessa análise. A primeira é que o estádio deve ser parceiro e servir ao clube. Segundo, é que o clube não pode assumir a administração de um estádio público por conta de todo esse problema. O Mineirão hoje pode representar uma grande bomba. Pela grande dívida com o consórcio – e aí a conta não pode sobrar para o contribuinte. Por exemplo, os custos do estádio são muito grandes. E os custos vão ser cobrados até o valor de 666 milhões serem cobertos. O consórcio investiu essa quantia e espera ter o retorno. Curiosamente, o pedido de CPI veio justamente quando a Minas Arena cobrava 26 milhões (!) em dívidas do parceiro Cruzeiro, ainda este ano.

O balanço de 2018 do Mineirão foi positivo. Além dos jogos, o local recebeu 253 eventos artísticos.

Em 2019, houve novo pedido de bloqueio de contas do Cruzeiro. No entanto, foi a Minas Arena que rompeu o contrato de fidelidade  com o clube, de forma unilateral.

Situação

Estamos fechando 2019 e a CPI do Mineirão não saiu do papel. Entretanto, o rebaixamento do Cruzeiro estacionou a ação de deputados interessados na ação.

Acima de tudo, qual o interesse sobre essa CPI?

E o pior: quem vai segurar as rédeas de um estádio que precisa de incremento de cerca de 8 milhões do governo POR MÊS?

Imagem: Site do Mineirão

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