“História não se compra”, meio pesado, não?! Por isso estou aqui para explicar o meu ponto.

Em Agosto de 2021 o mundo parou para acompanhar as sagas das transferências de Messi e Cristiano Ronaldo. Um deixando o clube em que, praticamente, passou sua carreira inteira, outro voltando para o clube onde teve seu primeiro auge a nível mundial, respectivamente.

O badalado PSG, contratou diversas estrelas visando a tão sonhada conquista da Champions League. Agora, contratar o argentino 6 vezes melhor do mundo, quando já estava certo que o jogador ficaria pelo Barcelona, quem poderia imaginar?! O efeito no mundo da bola tomou proporções inimagináveis, ainda mais com a possível saída de Mbappé, que no fim das contas, não foi liberado para jogar no Real Madrid e ficou para formar o “trio MNM”. Que baita panela, não é mesmo, meus amigos?!

Deixando a parte futebolística um pouco de lado, vamos ao que interessa: aos números!

Comecemos pela ordem cronológica dos fatos:

Nas primeiras 24 horas após a contratação de Lionel Messi, o time de Paris vendeu simplesmente 823 mil camisas, arrecadando, aproximadamente 105 milhões de Euros, deste modo, batendo o recorde de Cristiano Ronaldo em seu anúncio pela Juventus, onde foram vendidas 520 mil camisas. Deste modo, amontoando mais um recorde para a brilhante carreira do gênio argentino e consagrando uma excelente aposta do PSG. 

O fato balançou, não só o mundo do marketing esportivo, mas, sim, de todo o futebol. La Pulga cravaria seu número na história, novamente, com um feito brilhante, impressionante e passível de todos os outros adjetivos existentes para enaltecer tal feito.

Pois bem, com o mundo ainda estupefato e ansioso para a estreia de Messi, eis que aos 49 minutos do segundo tempo, Cristiano Ronaldo decide não jogar mais pela Juventus. Novamente, os fãs de futebol entram em choque. E agora, para onde vai o robozão? Falava-se muito em PSG e City, quando, de repente, é anunciado no MANCHESTER UNITED! O clima nostálgico toma conta de todo o universo! Quem não se lembra do pequeno gajo ao lado de Rooney e Ryan Giggs com a camisa dos Red Devils?! Naquela época, quem não gostava do português eram apenas torcedores e simpatizantes de Liverpool e Chelsea. 

Após a sua transferência para o Real Madrid e a primeira bola de ouro do Messi, se estabeleceu uma rivalidade histórica, que pode parecer redundante pois estamos cansados de ler e/ou ouvir essa frase, mas temos sorte por estar acompanhando essa disputa. Quando pensamos que esse embate se desgastou, lá estão os dois protagonizando mais um episódio, que, até então, muitos acreditavam que não aconteceria, mas aconteceu – e tomara que aconteça ainda mais!

Mas que novo episódio é esse que estamos falando? Vamos aos números, novamente:

Nas primeiras 12 horas após o anúncio da camisa 7 de Cristiano, foram vendidas aproximadamente 450 mil camisas. A Futnatics, responsável pelas vendas, informou que os números em 24 horas ultrapassaram o de Léo, mas ainda não divulgou a quantidade das vendas em sua totalidade no período.

Segundo o site LoveTheSales.com, temos a última atualização dos valores arrecadados com vendas, sendo:

– Cristiano: 187,1 milhões de libras

– Messi: 103,8 milhões de libras 

 

Falamos do contexto dentro de campo e falamos dos números, mas o que isso tem a ver com a história que não se compra? Simplesmente tudo!

O PSG ganhou milhões de fãs após as chegadas de Neymar e, posteriormente, de Messi. Ambos jogadores são referências publicitárias e pilares do futebol na atualidade, disso não temos dúvidas. O investimento nos craques causou enorme comoção dos torcedores e admiradores espalhados pelo mundo, consequentemente, convertendo em venda de camisas. Antigamente, não era comum vermos, espalhadas por aí, camisas do time de Paris, mas conforme foram chegando os grandes jogadores, o cenário foi mudando. Ibrahimovic, Thiago Silva, Cavani, David Luiz, Beckham e Dani Alves foram alguns dos destaques mundiais que passaram pelo clube, com ênfase em Thiago Silva, Ibra e Cavani, que desempenharam melhor a sua função dentro de campo. 

O que essa galera toda tem em comum? 

Todos eram grandes jogadores que faziam parte de um projeto com o objetivo de elevar o nível do PSG. Como isso funciona? O clube francês injetou e injeta dinheiro em atletas já realizados a fim de conquistar a almejada Champions League e se firmar no cenário mundial. Quem pode, pode, né?!

Já na terra da rainha, temos o Manchester United que há anos não figura nas finais da maior competição continental, mas que tem uma legião de fãs espalhados pelo mundo, uma torcida gigantesca e uma história repleta de conquistas. O United é e sempre foi um dos maiores clubes do mundo. Fase boa e fase ruim vem e vão, porém os seus feitos ficam.

Pois bem, vamos falar de fatores emocionais, que são as maiores engrenagens do futebol.

Quando falamos em comprar uma camisa 30 do Messi no PSG, estamos falando em comprar a camisa do seu ídolo, do cara que você admira e acredita.

Quando falamos em comprar uma camisa 7 do Cristiano Ronaldo, falamos em comprar a camisa de um jovem garoto que apareceu em Manchester, encantou o mundo, se tornou um dos maiores da história, encaminhou e liderou o time em conquistas memoráveis e que está de volta para fazer tudo de novo. 

Por mais que muitos – inclusive eu – considerem Messi como o ídolo máximo de sua geração (a partir de meados de 2010), não tem como não nos encantarmos e nos emocionarmos com o retorno de Cristiano para o United. É um prazer para o futebol poder vê-lo novamente com o manto vermelho, mesmo não sendo mais aquele jogador veloz e “dibrador”, ainda poderemos contar com as apresentações de um dos jogadores mais decisivos do mundo.

Concluindo: o fator emocional está diretamente ligado à decisão de compra do torcedor e fã do esporte na hora de escolher uma camisa. Isso explica a disparidade do valor arrecadado entre os dois clubes. De um lado, o ídolo, do outro, o ídolo + o ídolo do clube + tradição do clube.

O fator Messi foi realmente impressionante e ficará eternizado nas conquistas e cases do PSG e do futebol propriamente dito. Mas, sozinho, não conseguiu bater seu maior rival, que reuniu diversos fatores para ultrapassar o seu sucesso fora de campo.

Espero que, no futuro, os maiores, que conquistaram e fizeram a diferença nos maiores, voltem para casa e escrevam mais um capítulo emocionante na história do futebol.. afinal, história não se compra.

 

Foto: Divulgação/ESPN

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