Os “esquecidos”: clubes menores exigem ação da CBF
O futebol brasileiro acompanha a pandemia paralisado. E os clubes começam a levantar a bandeira. A agonia que se faz presente se transformou em pedido de socorro.
Os clubes ditos pequenos estão e podem entrar em situação falimentar. Em Minas a URT dispensou o elenco.
Agora, recebemos em 1ª mão o manifesto do democrata de Sete Lagoas.
É um manifesto sincero que atinge em cheio a CBF, que teve receitas totais de R$ 957 milhões.
Em reportagem do UOL Esporte, a CBF entrou em contato com alguns dirigentes com um recado: que “se contenham” nos pedidos via imprensa para que a entidade entre com dinheiro como forma de ajuda.
Leia a carta aberta do Democrata/SL-MG na íntegra:
“Exmos. Srs. Presidentes da Federação Mineira de Futebol (FMF), Adriano Guilherme de Aro Ferreira, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Langanke Caboclo, e da Federação Internacional de Futebol (FIFA), Giovanni Vincenzo Infantino
Nas últimas semanas, temos visto escancarada a realidade do futebol brasileiro, especialmente daquele vivenciado pelos chamados “clubes invisíveis”, que são os grandes empregadores e formadores do futebol brasileiro desde que a bola chegou neste país.
Estes “clubes invisíveis”, quase sempre esquecidos pelos “grandes”, mas que os abastecem de jogadores, e pelas instituições que controlam o futebol, mas que cobram AS MESMAS (absurdas) taxas pagas pelos grandes, acabaram de cair no abismo; o copo d’água acabou de transbordar com a última gota, chamada Covid-19. Esta quebradeira não é culpa do Covid-19, mas chegou ao seu limite com ele.
Isto aconteceu, em grande parte, porque os “invisíveis”, que antes formavam jogadores e os vendiam, desde o fim da “lei do passe” formam para que clubes maiores e agentes venham e os levem gratuitamente. O custo de formação continuou com os “invisíveis”, mas a receita nos foi usurpada, sem que fosse feito um fundo que permitisse que estes clubes fossem mantidos vivos.
Nem mesmo um calendário digno foi pensando para que as atividades deles percorressem o ano todo. Muito menos foram tentados patrocínios coletivos para auxílio em material esportivo, transporte e outras despesas cotidianas. Por que não trazer patrocinadores para os campeonatos menos interessantes para a mídia e, em troca, colocar anúncios destes patrocinadores nos campeonatos de maior audiência? Não seria uma justa troca?? Afinal, somos nós a base do futebol brasileiro. É aqui que tudo começa!! E vocês sabem disso!! Mas, nosso fôlego acabou. O desequilíbrio financeiro gerado nas últimas décadas chegou ao seu limite.
Enfim, estamos pedindo SOCORRO em nome do nosso querido Democrata Futebol Clube, de Sete Lagoas/MG, que tem 105 anos de fundação e revelou inúmeros grandes jogadores, vários com passagem pela Seleção Brasileira, que tirou outras tantas crianças e jovens das ruas, educando-as, que gerou milhares de empregos e que entreteve centenas de milhares de pessoas ao longo de sua história. Mas, acreditamos que este é um recado de todos os “clubes invisíveis”. Nos ajudem! Não só com um apoio financeiro imediato, o que seria um antitérmico, mas com uma reestruturação do futebol que nos devolva a dignidade.
Como somos invisíveis, não sei se a carta chegará aos seus destinatários, apesar de contarmos com as redes sociais. Não chegando, fica apenas como desabafo de pessoas que lutam pela sobrevivência de clubes de futebol pelo Brasil afora.
Aqueles que quiserem/puderem, sintam-se à vontade para replicar esta carta como quiserem.
Cuidem-se, todos!“
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