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CBF apresenta Canarinho: especialista analisa o perfil dos mascotes.

CBF apresenta Canarinho

O Ataque conversou com um especialista e destrinchamos o mascote no futebol. Confira.

CBF apresenta Canarinho na partida entre Brasil e Bolívia, disputada no dia 6 de outubro de 2016, na Arena das Dunas, em Natal. Curiosamente, o mascote ganhou o apelido popular de Canarinho Pistola, dada a sua feição de “bravo”. E caiu no gosto popular. Além de acompanhar a estreia, ainda analisamos em conjunto a opinião de um especialista.

O publicitário mineiro Alexandre Queiroga – responsável pela confecção de algumas mascotes do futebol brasileiro (ver ao final) -, gostou do resultado e considera que foi bem produzido de uma maneira geral. “Sua expressão facial séria, de poucos amigos, é o que vem sendo mais discutido pelo que percebi. Não vejo problema algum, até porque é uma marca registrada do meu trabalho também. Todos os meus mascotes produzidos para clubes de futebol tem cara de bravo. A diferença é que coloco um sorriso total ou de canto de boca para quebrar um pouco essa seriedade.”. Em sua opinião a mascote deve passar a imagem de um super-herói para as crianças, deve ser forte e ter feições intimidadoras que representem a raça de sua equipe, e espírito bravio e lutador.

CBF apresenta Canarinho em meio a tentativa de recuperar sua imagem

As considerações que o publicitário faz no passo que a CBF apresenta Canarinho dizem respeito mesmo à pequenos detalhes como por exemplo a chuteira especial em formato gigante, que se por um lado compõem visualmente bem, por outro limita a mobilidade da mascote e principalmente o domínio da bola se esta for uma atividade corriqueira dele. Uma chuteira não descaraterizaria o Canarinho ao mesmo tempo que lhe permitiria maior liberdade de ação, inclusive de correr. A pelúcia, ele garante, também não teria usado na cabeça. Além de dificultar a limpeza, é mais usada para simbolizar animais com pelo. Em aves ele não usa.

Em outros termos, sabemos que a estratégia é eficaz. A CBF faz o dever de casa: o time joga bem, a mascote interage com a torcida e as redes sociais replicam a ação. Não custa lembrar as oportunidades que o mascote pode gerar. Explorar publicidade espontânea através do Canarinho nunca é demais.

Queiroga frisa ainda que o mascote habitável (necessário vestir) é considerável como um dos investimentos de melhor custo benefício do marketing esportivo. “Por ter vida própria, mesmo que habitualmente não fale, todas as ações possíveis à mascote têm grande impacto junto ao torcedor e ao time. ”.

Perguntas:

1) Quais os principais benefícios de fazer ações com os mascotes? Quais os pontos importantes a se considerar?

Quando se consegue unir uma mascote de excelente qualidade em termos de acabamento e um animador com boa noção de expressão corporal, o resultado é sempre fantástico. O custo de um mascote “de vestir” se equivale ao aluguel de 1 e ½ camarote do clube para apenas um jogo aproximadamente. Pela durabilidade (uso acabamento emborrachado, pintura impermeável e verniz ) e inúmeras maneiras de explorar sua presença, ele se torna uma carta na manga para qualquer departamento de marketing e não só dos grandes clubes.

2) Qual a sua percepção do mercado e frente aos clubes quanto a entrada dos mascotes?

Tenho visto cada vez mais mascotes representando seus clubes no interior do país, mesmo aqueles sem grande suporte financeiro, muito disso em função do baixo custo de produção. A CBF apresenta Canarinho e a torcida se motiva. Se espelha na mascote, as crianças são fidelizadas e a imagem do clube se fortalece em ações sociais, humanitárias, como é comum percebermos a presença destas mascotes em hospitais, asilos, creches, etc. Eu diria hoje que o mascote é tão fundamental quanto o próprio time para um clube de futebol.

3) Qual avaliação você faz do Canarinho, da CBF?

O resultado geral é satisfatório sim, me agradou. Vale lembrar que os mascotes de times de futebol são também animadores de torcida e do próprio time. Tem como função implícita ”meter medo” no adversário. E se mete medo no adversário, agrada sua própria torcida. Mascote fofinho e bonzinho funciona bem para Olimpíadas, para empresas e produtos, não é o caso da temida seleção brasileira.

 

Veja a apresentação do Canarinho:

https://www.youtube.com/watch?v=PGVaYZ1KUtQ

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Alexandre Queiroga é publicitário e desenvolve mascotes em 2D, 3D e habitáveis além de Infláveis. Produziu os mascotes do Atlético-MG, Estoril-Portugal, Juventude-RS, Salgueiro-PE, Araxá-MG, Ronaldinho, Victor e Luan – jogadores- Atlético MG, entre outros. Colaborou com o Ataque nesta seção. Saiba mais: www.alexandrequeiroga.com.br

 

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