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Fornecedores de uniforme da Seleção Brasileira nas Copas

Fornecedores de uniforme da Seleção Brasileira

Desde a primeira edição, apenas 6 fornecedores trabalharam com a Seleção Brasileira em Copas do Mundo

Poucas empresas foram fornecedores de uniforme da Seleção Brasileira. A marca “Athleta” vestiu a camisa da Seleção de 1954 até 1977! A marca tem 3 títulos mundiais na bagagem. A Umbro em 94 e a Nike em 2002 são as outras fornecedores com títulos da seleção. A união entre Athleta e Brasil acabou em 77. Certamente, não era um acordo de licenciamento. Nos primórdios do futebol, e claro, no marketing, ainda não havia relações consistentes. Na Copa de 78 já podemos ver a seleção usando a global marca das 3 listras: Adidas.

Em 58, a CBD tinha o tempo curto para a decisão e tiveram que tirar os escudos da CBD das camisas oficiais amarelas para costurar no novo uniforme. Desde 1914, data do primeiro jogo oficial da seleção até 1950, temos poucos registros de algum fornecedores, e contamos então com pesquisas (nesse blog post mesmo, contamos com a ajuda de 4 leitores!).

Confira os fornecedores de uniforme da Seleção Brasileira nas Copas:

1930 | Sem registro (fabricação própria)

1938 | SuperBall (brasileira)

1950 | SuperBall (brasileira)

1954| Athleta (brasileira)
Devido a um acordo da CBD com a Superball e com a malharia Athleta as camisas passaram a ostentar etiquetas de dois fabricantes SUPERBALL e ATHLETA.

1958| Athleta (brasileira)
A malharia ATHLETA junto com a marca CEPPO forneceu agasalhos e material de treinos. As camisas tinham as etiquetas da CEPPO e SUPERBALL. Na Final, o Brasil jogou com o uniforme azul das marcas IDROFF e UMBRO. OBS: A Suécia também tinha o uniforme amarelo. Pressionada pela FIFA, a comissão técnica Brasileira teve que comprar em uma loja de esportes em Estocolmo dois jogos de uniformes praticamente iguais de marcas diferentes, Idroff e Umbro, cor azul, a maioria já numeradas.

1962| Athleta (brasileira)

1966| Athleta (brasileira)

1970 | Athleta (brasileira) e Umbro (Inglaterra)
A Seleção jogava um tempo com Umbro e outro com Athleta. As camisas eram praticamente iguais com mesma cor e modelo, apenas o tecido e formato dos números eram diferentes.

1974 | Athleta (brasileira) e SuperBall (brasileira)

1978 | Adidas (alemã)

1982 | Topper (brasileira)

1986  | Topper (brasileira)

1990 | Topper (brasileira)

1994| Umbro (inglesa)

1998 | Nike (americana)

2002 | Nike (americana)

2006 | Nike (americana)

2010 | Nike (americana)

2014 | Nike (americana)

2018 | Nike (americana)

2022 | Nike (americana)

Levantamento:

Pegando carona nos fornecedores de uniforme da Seleção Brasileira, podemos ter uma ideia. Athleta, 6 participações, 3 títulos. Foram 23 anos de parceria. Nike: 7 participações, 1 título. Já são mais de 25 anos juntos. Umbro alcançou os 100%: 1 participação e 1 título. Apenas 4 anos lado a lado. Topper: 3 participações e Adidas, 1 participação. As duas, sem títulos. E foram 13 anos e 2 anos, respectivamente, a parceria entre as duas marcas e o Brasil.

O escudo da CBD só foi usado pela primeira vez em 1917. Após a década de 70, em que a corrida pelo fornecimento de uniformes se acirrou, a presença ficou mais gritante. No caso da seleção Canarinho, não houve tantas alterações de marca.

Assinatura oficial

A Malharia Santa Isabel foi referência de moda esportiva nos anos 40. Foi fundada em 1935 na cidade de São Paulo. A empresa escolheu a marca Athleta para identificar seus artigos esportivos. A Seleção Brasileira só assinaria um contrato de publicidade com uma empresa, de fato, em 1978. Foi quando a Adidas assumiu a confecção dos uniformes do Brasil. A marca alemã assumiu o controle em 1977 durante as eliminatórias e passou a ser a fornecedora da seleção. O acordo foi assinado com a ainda então CBD.

A CBF só assumiu sua condição institucional em 1979. E com ela, chegou a Topper. Curiosamente, neste ano, o Instituto Brasileiro do Café passa a ser patrocinador da Seleção e estampou sua marca na camisa (ao lado direito no peito). Mais uma curiosidade: a marca do fornecedor esportivo só estampou sua logo na camisa em 1986. Antes disso, não fazia parte do uniforme principal. Em 1987, o uniforme feito pela Topper teve a Coca-Cola ocupando o espaço do patrocínio master. Foi um jogo somente, um amistoso contra o Chile. E logo após essa partida, a FIFA proibiu qualquer seleção de contar com patrocínio em sua camisa.

A Umbro entrou em 1993 e permaneceu até o final 1996. E desde então, a camisa amarelinha tem sido fabricada pela Nike. A Umbro teve uma breve participação em 1970 também.

Nike

A Nike assina com a CBF ao final de 1996, para um contrato de 10 anos. No acordo, o valor total do contrato era de 170 milhões de dólares por 10 anos de contrato. Recheado de polêmicas, o maior contrato do esporte brasileiro com uma multinacional impedia a seleção de escolher seus adversários em amistosos. Pelo item 8.4 do acordo, a Nike tinha o poder de escolher o adversário do Brasil em 50 amistosos ao longo dos dez anos de parceria. A CBF só tem poder real sobre a data dos jogos, não sobre os oponentes – é o que dizia a imprensa na época.

Esse era apenas um dos pontos do contrato de dez anos entre a entidade dirigente do futebol no país e a maior empresa de material esportivo do mundo, que findava ao final de 2006. Segundo o mesmo item, a seleção teria que fazer em 1999 pelo menos cinco amistosos organizados pela patrocinadora, pois no ano passado realizou apenas três (Alemanha, Athletic Bilbao e Equador). Estava determinado ainda que nos jogos organizados pela Nike terão de estar presentes oito titulares.

Os valor total foi outro caso a parte. Para se chegar aos US$ 220 milhões combinados por Ricardo Teixeira com a empresa, era preciso adicionar US$ 43 milhões que só serão pagos à CBF se ela renovar o contrato. Desses US$ 170 milhões (total foi acrescido do fornecimento de material esportivo e o pagamento de parte das despesas com transporte e hospedagem.), US$ 10 milhões foram para a Umbro, cujo contrato com a CBF foi rompido para a entrada da Nike.

Nota: em 1988, a seleção Brasileira foi para Seul, nas Olimpíadas, com patrocínio da Adidas. O mesmo já tinha acontecido em 1984, em Los Angeles. Mesmo período em que a seleção tinha um acordo com a Topper.

Leia mais: marketing digital no esporte, qual o atual panorama no cenário brasileiro?

Pesquisas: globo esporte, Folha de São Paulo e pequenas empresas, grandes negócios.

10 comments

  1. Carlos A. 6 junho, 2018 at 03:22 Responder

    A Umbro já fornecia uniformes para o Brasil em 1970 (eram utilizados alternadamente com os da Athleta). Se não estou enganado, também forneceu em copas anteriores. Em 1982, a Topper já exibia seu símbolo na manga esquerda da camisa.

  2. Carlos Gomes 6 junho, 2018 at 04:41 Responder

    A Umbro já fornecia para a seleção na Copa de 70, alternando com a Athleta. Aliás, se não me engano, forneceu também em copas anteriores. A Topper já exibia seu símbolo em 1982, na manga esquerda da camisa.

  3. Edson Candido da Silva 14 março, 2020 at 18:21 Responder

    Há um equívoco no comentário ao se falar em “patrocínio” da Adidas com os selecionados olímpicos de 1984 e 1988. O que houve, sim, foi a adoção do uniforme fornecido pela então fornecedora do COB, o que tem gerado impasses entre vários esportes e esportistas com patrocinadores fortes e os comitês olímpicos nacionais. Tanto é que vimos discrepâncias de uniforme no tênis olímpico, notadamente nos jogos de duplas, quando cada jogador tem seu fornecedor esportivo, que não é o do respectivo comitê olímpico, e, mesmo jogando com camisetas e calções de cores iguais, os uniformes eram diferentes. Sem falar que as diversas confederações esportivas brasileiras têm seus próprios patrocinadores.

  4. Rubens Broti 15 abril, 2020 at 20:10 Responder

    A Sportv está reprisando os jogos da copa de 70 e segundo o Comentarista PVC, no primeiro tempo o Brasil jogava com uniforme Umbro e no segundo tempo com o Athleta. Dá pra notar a diferença no grafismo dos números das camisas. Os Números da Umbro são mais arredondados, já os da Athleta são mais quadradinhos. Beeeem curioso.

  5. Edgar 25 agosto, 2020 at 03:09 Responder

    Baseado em algumas reportagens e principalmente no livro do Duda Sampaio sobre as camisas da seleção Brasileira, somente nas copas de 1930 e 1934 é que não existem registros, mesmo assim na copa de 34 é bem provável que as camisas foram fabricadas pela malharia Lundgren.
    A partir da copa de 1938 os registros são:
    •1938 – SUPERBALL (Companhia Brasileira de Equipamentos Esportivos)
    •1950 – SUPERBALL
    •1954 – Devido a um acordo da CBD com a Superball e com a malharia Athleta as camisas passaram a ostentar etiquetas de dois fabricantes SUPERBALL e ATHLETA.
    •1958 – A malharia ATHLETA junto com a marca CEPPO forneceu agasalhos,material de treinos.As camisas das partidas tinham as etiquetas CEPPO / SUPERBALL.
    *Partida Final o Brasil jogou com o uniforme azul das marcas IDROFF e UMBRO.
    OBS: A Suécia também tinha o uniforme amarelo,então pressionada pela FIFA a comissão técnica Brasileira teve que comprar em uma loja de esportes em Estocolmo dois jogos de uniformes praticamente iguais de marcas diferentes, Idroff e Umbro, cor azul,a maioria já numeradas.
    Como o tempo era curto tiveram que tirar os escudos da CBD das camisas oficiais amarelas para costurar no novo uniforme.
    Em algumas camisas foram costurados também os números e no final das contas as camisas ficaram bem bonitas.
    •1962 – ATHLETA
    •1966 – ATHLETA
    •1970 – ATHLETA E UMBRO
    OBS: A Seleção jogava um tempo com Umbro e outro com Athleta.
    As camisas eram praticamente iguais com mesma cor e modelo,apenas o tecido e formato dos números eram diferentes.
    •1974 – ATHLETA/ SUPERBALL em parceria.
    •1978 – ADIDAS
    •1982 – TOPPER
    •1986 – TOPPER
    •1990 – TOPPER
    •1994 – UMBRO
    •1998 – NIKE
    •2002 – NIKE
    •2006 – NIKE
    •2010 – NIKE
    •2014 – NIKE
    •2018 – NIKE

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