Marketing

As receitas comerciais dos clubes brasileiros | análise do cenário

As receitas comerciais de um clube de futebol vem se tornando cada vez mais importante e vital para a saúde financeira das agremiações. Maximizar esse ganho é uma competência do Departamento de Marketing e Comercial que, através de algumas subáreas, consegue gerar novas receitas.

Estudando o departamento dos clubes de futebol, em especial, daqueles que compõem a elite da modalidade, é possível encontrar que as receitas são provenientes de patrocínio, licenciamento e royalties de produtos, lojas oficiais, mídias digitais, projetos e ações específicas com empresas, entre outros trabalhos.

Desse modo, é inegável dizer que existe um enorme potencial para geração de novos negócios, se aproveitando do alcance que essas marcas apresentam. Essa constatação é visto quando analisamos o último estudo de “análise financeira dos clubes de futebol de 2019” publicado pela Ernst & Young. A receita total dos clubes foi de R$ 6 bilhões, crescimento de 17% em relação a 2018.

Entretanto, quando analisamos somente as receitas provenientes do Comercial e Marketing, quais clubes conseguiram apresentar um bom desempenho? Será que os clubes conseguem aproveitar ao máximo do Marketing?

O estudo da EY é um dos mais respeitados do mercado, por isso, considerei ele para realizar algumas considerações somente das receitas comerciais. O valor total dessa fonte foi de R$ 712 milhões em 2019, considerando as demonstrações financeiras dos 20 principais clubes que compõe o ranking da CBF.

Vale considerar que, fazer uma análise precisa somente dessa fonte é um grande equívoco pois um clube de futebol não vive somente de Marketing e precisa trabalhar de modo que o percentual de cada uma das receitas (direitos de TV, matchday, transferência de jogadores, entre outras) sejam potencializadas para garantir que a instituição consiga seguir as melhores práticas de gestão, unindo-se a um bom desempenho em campo. Existe ainda, o “fator torcida” que, teoricamente, pode refletir a maiores ganhos aos times populares.

 

Reprodução: Adaptado de análise financeira dos clubes de futebol de 2019, Ernst & Young

Ao visualizar os números, nota-se claramente uma disparidade de Palmeiras e Flamengo. Os dois são os únicos que conseguiram superar a barreira de R$100 milhões em receitas. Enquanto o clube paulista acumulou R$ 135 milhões, dado ao forte patrocínio da Crefisa, o Fla soube aproveitar de suas conquistas para potencializar suas marcas no uniforme.

O Corinthians e Grêmio vem como um segundo grupo de destaque. O primeiro é um dos clubes que mais expõe marcas no uniforme, dentro de um “modelo discutível” que preza pela visibilidade e, obviamente, com alta poluição do seu uniforme. O segundo conseguiu manter uma diversificação de suas receitas comerciais, sendo o quarto clube com maior faturamento.

O Internacional conseguiu elevar suas receitas e mantém uma boa posição no ranking, conseguindo manter um ligeira vantagem dos demais clubes grandes. Sua capacidade de gerar boas campanhas, junto com a manutenção dos patrocinadores são os fatores principais.

O São Paulo chama muita atenção com “apenas” R$ 38 milhões arrecadados. Esse valor é praticamente R$ 100 milhões a menos que o líder Palmeiras. Considera-se que o clube tem uma das cinco maiores torcidas do Brasil, mantém no elenco profissional jogadores como Daniel Alves, Alexandre Pato e Juanfran , além de um estádio próprio, fator este que poderia ser usado como uma grande plataforma de novos negócios. Dentro do mercado, é indiscutível que o clube já foi um modelo a ser seguido no Brasil, contudo nos últimos anos, claramente não vem sabendo explorar ao máximo a sua marca.

Athletico-PR poderia ser uma grande surpresa para quem não acompanha de perto suas ações, mas vem se mostrando como um dos clubes mais organizados do País. Além das conquistas nos últimos anos, o clube vem conseguindo se manter saudável financeiramente. A sétima colocação e a frente de outros clubes tradicionais mostra isso.

Fortaleza e Bahia são dois clubes muito bem posicionados e que conseguiram ser destaques ano passado, principalmente pelas suas ativações e defendendo causa sociais, além de manterem marcas próprias de material esportivo, dando maior protagonismo e maiores margens de lucro. Vale citar ainda que os dois clubes não tem um alcance nacional como outros e, mesmo assim, mostrou a importância de um departamento profissional.

Em seguida, um grupo de clubes como Cruzeiro, Santos, Atlético-MG, Vasco, Botafogo e Fluminense com uma diferença muito pequena entre eles. Espanta ver como clubes nacionais e de alto alcance ainda não conseguiram mostrar um melhor aproveitamento. A percepção é que existe muito espaço para melhorar esses números, pois somente patrocínio em camisa é muito pouco. Inclusive, as áreas de licenciamento e conteúdos digitais poderiam ser duas novas frentes para geração de negócios.

Por fim, Ceará, Goiás, América-MG, Sport e Atlético-GO fecham o levantamento.

Imagem: Yuri Laurindo/CBF

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